Um dos ensinamentos básicos que todos nós que lidamos com informação classificada aprendemos, logo no início das nossas carreiras, é que há procedimentos para a manusear e tratar, que não podem, nem devem nunca ser descurados, sendo um deles o de não tirar cópias, nem transportar esses documentos para fora das áreas de segurança definidas em cada edifício, onde há restrições de circulação de pessoas e segurança física que limita os acessos a essas áreas, onde só pode entrar pessoal credenciado.
Claro que o esforço do trabalhador português, que gosta de mostrar e de inventar trabalho, muitas vezes leva alguns desses documentos para casa, para no outro dia mostrar ao chefe o seu esforço, tendo em vista ser recompensado, e quiçá promovido por escolha, quando devia ser punido, fenómeno que pensava só existir na pacóvia idiossincrasia nacional do faz-de-conta.
Pelo suprarreferido, tenho ficado surpreendido com as notícias de que Trump, Biden, Mike Pence, tenham levado documentos classificados da Casa Branca para casa, para os seus gabinetes, enfim, sabe-se lá para onde…
Afinal há falta de cultura de segurança em todo o mundo, daí é fácil de inferir, que a mesma indisciplina de procedimentos, também aconteça no mundo virtual, no ciberespaço, e provavelmente se venham a queixar de que as empresas, departamentos governamentais, ou a própria Casa Branca, tenham sofrido Ciberataques.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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