Açaí, brigadeiro, pão de queijo, feijoada ou cachaça… Todos conhecemos estes ingredientes e iguarias da gastronomia brasileira, mas o que nem todos sabemos são as lendas, histórias e curiosidades que estão por detrás deles. Fique a saber de tudo.
Açaí
De acordo com uma lenda, esta fruta foi batizada por uma tribo indígena da Amazônia, há muitos anos. Diz a lenda que, perto da área em que hoje é a cidade de Belém, vivia uma tribo numerosa e numa determinada época, devido ao grande número de pessoas que viviam na aldeia, os alimentos começaram a ficar escassos. Por isso, o cacique (chefe), chamado Itaki, deu a ordem de que todas as crianças – nascidas a partir dali – seriam sacrificadas. Foi então que a sua filha Iaçã ficou grávida e deu à luz uma menina, que – por conta da nova ordem do cacique – acabou por ser sacrificada logo após o seu nascimento. Iaçã, chorou por dias e dias na sua tenda pedindo a Tupã (divindade da cultura dos tupi-guarani) para mostrar um novo caminho de sobrevivência à sua aldeia, sem que fosse necessário sacrificar as crianças. Numa noite, após muitos dias trancada na sua tenda, Iaçã escutou um choro de criança vindo de fora e saiu para procurar a origem do choro. Ao deparar-se com a imagem da sua filha aos pés de uma palmeira, correu para abraçá-la. No entanto, a imagem da criança acabou por desaparecer por completo e, ao perceber que tudo foi apenas uma miragem, Iaçã desatou a chorar e, de acordo com a lenda, acabou por morrer de desgosto. No dia seguinte, o seu pai e membros da aldeia encontraram o seu corpo abraçado à palmeira. Os olhos negros de Iaçã estavam voltados para o topo da árvore e foi assim que perceberam a presença dos frutinhos escuros. Itaki, pediu que recolhessem todos os frutos, que passaram a alimentar toda a aldeia. Para homenagear sua filha, Itaki deu o nome de “açaí” para a fruta (Iaçã ao contrário). Além disso, no vocabulário tupi, o açaí é conhecido como “ïwasa’i”, que significa “a fruta que chora“.
Brigadeiro
Apreciado por muitos, o brigadeiro é um dos doces mais populares, o que muitos não sabem é que o brigadeiro foi inventado em circunstâncias muito incomuns. Em 1946, durante a campanha presidencial, um grupo de mulheres de São Paulo começaram a preparar este doce para apoiar a campanha do candidato Brigadeiro Eduardo Gomez. Foi por causa desse comandante de brigada que originou o nome, mas quem ganhou a eleição foi outro militar, o general Eurico Gaspar Dutra.
Pão de Queijo
O pão de queijo é outro alimento inventado no Brasil que faz bastante sucesso e, inclusive, ao longo dos anos tem vindo a ser exportado para outros países, que começaram a inventar as suas próprias versões de pão de queijo. Na Colômbia, por exemplo, o pão de queijo é chamado de pan de bono, é parecido com a versão tradicional, só que é mais achatado e, algumas vezes, é preparado em formato de anel. Já no equador, a versão do pão de queijo é chamada de pan de yuca, mas é geralmente preparada em formatos diferentes (às vezes redondo, reto ou até mesmo em estilo “bumerangue”). Argentina, Chile e Paraguai são outros países que também têm as suas próprias versões de pão de queijo.
Feijoada à Brasileira
Ao contrário do que muita gente pensa, a feijoada não surgiu nas senzalas, mas em países europeus. Isso porque os escravos só se alimentavam de água e farinha e raramente tinham acesso a qualquer tipo de carne. Além disso, os cortes considerados menos nobres, como pé de porco, rabo, orelha e carne seca são nobres na Europa. A feijoada como conhecemos foi uma adaptação do que já se fazia na Europa desde a antiguidade, como o “Cassoulet” em França, o Cozido à Portuguesa em Portugal e o tradicional “Puchero” em Espanha. A mistura com o feijão preto foi uma criação portuguesa e, atualmente, a feijoada é feita com inúmeros tipos de ingredientes, atendendo às exigências até mesmo de quem não come carne. Receita tão popular que já foi tema de livros, poesias e músicas.
Cachaça
Existem mais de 2.000 sinônimos para cachaça, “sendo, com certeza, a palavra com mais sinônimos da língua portuguesa e, provavelmente, de qualquer outra língua“. Quem afirma isto é o autor do livro “Todos os Nomes da Cachaça“, Messias S.Cavalcante.
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