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Seis países africanos ofereceram-se para mediar a guerra na Ucrânia

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Multiplicam-se as iniciativas para diplomaticamente acabar com a guerra na Ucrânia, iniciativas que vão desde a China que parece mais adiantada, pois já lançou um primeiro documento nesse sentido e já nomeou um embaixador que anda num périplo por vários países para conseguir esse desiderato, ao Papa Francisco, a Lula da Silva, presidente de um país do sul e que integra os BRICS, e mais recentemente, seis presidentes de seis países africanos que integram entre outros a África do Sul, um país dos BRICS e o Egipto um país apoiado pelos USA.

Esta nova iniciativa africana é inédita e importante, pois é a primeira vez que uma coligação de países do Continente Africano, recentemente apelidados de Sul Global, tomam uma iniciativa para tentar mediar um conflito para encontrar uma solução diplomática na Europa, nos países do norte, algo inédito nas relações Norte-Sul, em que normalmente as iniciativas deste género partiam sempre dos países do norte para mediar conflitos entre países do sul.

O mundo está a mudar e os países africanos estão a revelar capacidade, maturidade e sobretudo estão-se a afirmar no contexto internacional, quer por esta iniciativa, quer por outras de que destaco e saúdo a planeada intervenção de Angola na República Democrática do Congo numa operação de paz no âmbito da ONU, operação que pela sua importância será objeto duma futura crónica.

É evidente que estes países têm interesse em acabar com este conflito dada a carência que têm de cereais que normalmente importam da Rússia e da Ucrânia, mas como sabemos da estratégia são os interesses dos estados o que os faz mover na política internacional.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma