Geral Opinião

Qual o futuro das Organizações Multilaterais numa nova Ordem Mundial?

Foto: Wikipédia

Na visão prospetiva que efetuei em que cenarizava que o mundo estava dividido em dois blocos antagónicos, quais dois impérios que reconheciam mutuamente a liderança de cada um, e em que as relações internas com as diversas e multifacetadas entidades subordinadas, se baseará em fatores geoeconómicos, geopolíticos, e sobretudo na garantia de segurança que receberão de cada um dos estados-líderes, numa espécie de relações tipo feudais, que variam entre a subordinação, a cooperação, muito embora na maioria dos domínios a relação mais comum seja de acomodação.

As instituições multilaterais que conheço nunca se extinguem, malgrado perderem o seu principal objeto, como é o caso da União da Europa Ocidental, que embora dormente ainda mantém um escritório na Bélgica, alegadamente por ser uma Organização Europeia de Segurança e Defesa que integra a Turquia, malgrado todo o seu “core business“ ter passado para a União Europeia nomeadamente para a Política Comum de Segurança e Defesa na área da Política Europeia de Segurança e Defesa.

A ONU depois de se ter verificado na prática a ineficiência e ineficácia do seu “core business” que deveria estar no Conselho de Segurança, tendo em vista resolver os problemas que afetam a segurança e a defesa global, tem sido importante e relevante, pelo trabalho desenvolvido pelas suas agências e pelos seus projetos de desenvolvimento e de assistência humanitária, ou seja, na prática já se reformulou e reformou, pelo que todas estas ações e projetos passarão a ser o seu novo “core business“, continuando no entanto a ser um foro diplomático importante, um local de encontro, onde o conhecimento interpessoal de todos os líderes dos dois blocos, continuará a ser importante para evitar mal entendidos entre os dois blocos imperiais.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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