Geral Opinião

Para onde caminha o mundo…

Foto: Folha Uol

Como diria Adriano Moreira, não de devem prospetivar cenários, a não ser a longo-prazo, pois podemos não acertar, e ficar com pouca credibilidade, no entanto, vou arriscar em enunciar neste formato, um cenário que me parece ser o mais provável de ocorrer.

Os EUA e o Ocidente alargado, que inclui o japão, a Coreia do Sul, a Austrália, a Nova Zelândia e a Europa, parecem vir a ser o polo que se vai opor aos BRICS plus.

Os BRICS plus, liderados pela China constituirão um polo de poder importantíssimo em termos económicos, financeiros com um Banco de Desenvolvimento próprio e independente do dólar, algo que implica conseguirem transacionar mercadorias e bens provavelmente em Yuans, com sistemas independente do Swift, que têm sido aperfeiçoados desde que a Rússia começou a ser sancionada, por causa da invasão da Rússia.

O mundo unipolar parece ter os dias contados, e o que se vislumbrava há anos de que o mundo iria ter múltiplos polos de poder, não se concretizará, pois em minha opinião, está-se a transformar num mundo constituído por dois polos de poder, que terão dois líderes os EUA e a China, que estão condenados a cooperar entre si indireta e indiretamente entre si em nome da paz mundial.

O modelo de integração regional europeu e o seu Soft Power inerente, que parecia ter muita atratividade, não teve sucesso nem foi  copiado, como se esperava, pois a paz Jantiana só existe nos cemitérios.

O globalismo foi posto em causa e as vantagens que dele se podia tirar, parece ter os seus dias contados, pois só haverá essas vantagens internamente, entre os dois blocos.

Dentro de cada bloco existirão vários sistemas políticos, democracias liberais, iliberais ditaduras, ideologias distintas, umas das outras, pois o polo que os une tem a ver com as  geografias onde se inserem, que condicionam as políticas e as estratégias, as lutas de poder internas dentro de cada bloco serão dirimidas pelos líderes de cada um, que permitirão a existência de potências regionais, reminiscências de antigos impérios.

A multipolaridade e a globalização parecem ter os dias contados.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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