Aproximam-se as eleições autárquicas e os candidatos, quase todos, não resistiram à tentação de fazer grandes “outdoors“, com a sua fotografia e o lema da campanha.
Um “outdoor” é sempre bastante dispendioso, havendo candidatos, como foi o caso de Marcelo Rebelo de Sousa aquando das duas eleições presidenciais que ganhou, que optaram por não os fazer, por serem personagens públicas já conhecidas do grande público, pelo que um novo “outdoor” pouco ou nada contribuiriam para a sua eleição.
Por maioria de razão, penso que nalgumas Câmaras e Juntas de Freguesia, em que os candidatos se recandidatam ao mesmo cargo, parece-me não fazer sentido este dispêndio excessivo de dinheiro, com poucas ou nenhumas mais-valias, para o candidato.
Os candidatos que concorrem à reeleição, durante todo o mandato, ou mandatos, tiveram oportunidade de realizar trabalho e divulgá-lo oficialmente, devendo por isso ser reconhecidos, e não por causa de um mísero cartaz, e se o não fizeram, não merecem a reeleição.
Alguns “outdoors” são de um enorme amadorismo, quer do ponto de vista estético, quer do ponto de vista da mensagem, pois na ânsia de fazerem “outdoors“, parece que se esqueceram de contratar bons profissionais de comunicação e “marketing” , pois alguns deles são risíveis, dado que a mensagem que deve ser forte e ficar no ouvido, funciona mais como uma peça de comédia de mau gosto, do que como lema de uma campanha.
Ter um lema grande, e pouco afirmativo é um erro grave, em termos de campanha de “marketing“, e os erros em política pagam-se caros.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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