Geral Opinião

Os refugiados Afegãos no Concelho de Mafra

Portugal, quando a NATO saiu do Afeganistão, após ter sido humilhantemente derrotada pelos Talibans, recebeu algumas centenas de refugiados provenientes do país, de pessoas que tinham tido relações de trabalho com os nossos contingentes expedicionários ou com o de outros países da NATO, cuja vida, e das suas famílias, ficaria em risco eminente, caso nele permanecessem.

Cerca de 50 desses afegãos foram acolhidos no Concelho de Mafra, numa colónia de férias desativada existente na Praia de São Julião, que nesta época do ano pouca gente tem, para além dos surfistas, ficando longe da vista e quiçá do coração dos portugueses, vivendo quase em isolamento, quiçá numa prisão dourada.

Receber, acolher cidadãos de outro país, refugiados duma guerra, e não os integrar plenamente na sociedade, é um erro crasso, embora tudo recebam em termos de apoios para sobreviverem, por parte das entidades governamentais e concelhias.

Se numa primeira fase, o local encontrado para alojar estes migrantes, reunia as condições mínimas para a emergência de encontrar uma solução temporária, pois a sua retirada do Afeganistão foi inopinada e urgente, o local encontrado para o efeito passados que foram quase seis meses, é completamente inadequado, pois para além de reunir poucas condições, não favorece a integração dos afegãos, que precisam de arranjar trabalho, estabeleceram-se, ou seja, de voltarem a uma normalidade possível no país que voluntariamente os acolheu.

Nuno Pereira das Silva

Coronel de Infantaria na Reserva