Quase a chegar ao fim de 2020, nestes tempo de Pandemia o número de portugueses que nos deixaram tem sido enorme, tremendo, quer por causa do Covid, quer por outras doenças, tendo mesmo havido um balanço negativo, com mais óbitos que nascimentos, apesar do confinamento ou por causa dele.
Quero relembrar nesta crónica três desses portugueses de quem tenho saudades e que se imortalizaram na área da cultura e das artes e, que infelizmente desapareceram, deixando- nos mais pobres, muito mais pobres, pois embora tenham deixado para todo o sempre a sua obra, a saudade com que deles ficamos é imensa e incomensurável, por sabermos que não voltam a criar e a encantar com as suas geniais obras literárias, filosóficas ou plásticas.
A fragilidade humana é algo que impressiona, que nos cala fundo, que nos destrói e, que mesmo sabendo que todos estamos de passagem, nunca o interiorizamos e só quando os vemos partir percebemos a grandeza dos seres que partiram, todos eles numa idade tão proveta que já os julgávamos imortais.
Como amante da cultura e das artes, percorro a biblioteca e paredes de alguns museus e galerias de arte, suspirando com o desaparecimento do Professor Eduardo Lourenço, do genial pintor surrealista Artur Cruzeiro Seixas e do não menos genial, pintor Noronha da Costa e suas obras pintadas a areópago, dando a sensação de desfocadas, que pelo que aportaram de novo à cultura e às artes, da lei da morte se libertaram e nos deixaram mais ricos, muito mais ricos, incomensuravelmente mais ricos.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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