Ontem, dia 29 de Março, a Associated Press revelou algumas conclusões do estudo realizado pela OMS, em conjunto com a China, sobre as origens do Sars-CoV-2.
O estudo revela que a transmissão do vírus entre morcegos e humanos através de um outro animal é o cenário mais provável e que a produção do vírus em laboratório é “extremamente improvável“.
As conclusões do estudo foram ao encontro do que era esperado, mas deixaram algumas questões em aberto. Foram assim propostas novas investigações em todas as áreas, exceto a fuga de laboratório. A divulgação deste documento foi, por diversas vezes, adiado, levantando questões sobre se a China estaria a tentar distorcer algumas das conclusões para evitar uma culpa global pela pandemia.
Entre os quatro cenários identificados pelos investigadores para a origem do vírus, aquele que consideraram ser o mais provável é a transmissão por meio de um segundo animal, uma vez que “a distância evolutiva entre esses vírus de morcego e o SARS-CoV-2 é estimada em várias décadas”, fazendo os cientistas acreditar que há “um elemento em falta”.
Embora os morcegos sejam animais portadores do vírus, estes não são os únicos animais referidos no relatório. Outros como pangolins, visons e gatos também são tidos como portadores da doença, uma vez que todos são vulneráveis ao covid-19.
O Mercado de Wuhan
O relatório preliminar não é conclusivo sobre se o surto começou num mercado em Wuhan, a cidade chinesa onde o Covid-19 foi detetada pela primeira vez.
Outros casos descobertos antes da eclosão no mercado sugerem que pode ter começado noutro lugar. O relatório refere que pode ter havido casos mais brandos da doença, que não foram detetados e que podem ter uma ligação aos identificados no mercado.
A China revelou que encontrou amostras do vírus em embalagens de alimentos congelados que chegavam ao país. A rede de frio, pode ser também um meio de disseminação do vírus a longa distância, mas segundo relatório nada aponta que possa ter desencadeado a pandemia.
Segundo conclusões do relatório e a opinião de vários especialistas , o risco de transmissão por alimentos congelados, é menor do que através de infeção respiratória de pessoa para pessoa.
Ainda não foi possível apurar “nenhuma conclusão firme” sobre a relação do mercado de Wuhan na pandemia ou como a infeção poderá ter lá chegado.
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