Os súbditos de Sua Majestade, os Britânicos, sempre gostaram de falar sobre o estado do tempo, tendo várias e peculiares expressões idiomáticas para o caracterizar.
Habituei-me desde pequeno a vê-los apanhar estúpidos escaldões na pele branca sem proteção, deliciados com o sol e a praia, pois no Algarve onde vivia, os Ingleses sempre foram os turistas que em maior percentagem nos visitavam, bem como vinham passar as suas reformas, pois o clima e o custo de vida, eram mais atraentes, que na sua terra de origem.
O Verão, o nosso clima, o calor e principalmente o sol sempre os atraiu. É com alguma tristeza que constato que no dia em que chegou o Verão, e ao contrário do que é usual neste cantinho à beira-mar plantado, o sol não brilhou, nem brilhou na Primavera, e está frio, muito frio para a época.
Já não faltava a pandemia e ainda temos este tempo, não sei se é por causa das alterações climáticas, se é algum fenómeno circunstancial e passageiro, só sei que assim não dá, pobreza e mau tempo, não dá.
Talvez o Plano de Recuperação e Resiliência nos salve, embora nesse assunto também esteja céptico acerca da sua aplicação, pois vivendo à sombra do Real Edifício de Mafra, todos os dias vejo onde foi gasto grande parte do dinheiro proveniente do Brasil, no reinado de Dom João V, e como nunca tiramos lições do passado caímos quase sempre no mesmo erro.
Resta-me a esperança que estas verbas do PRR só sejam disponibilizadas para Portugal, mediante apertado escrutínio da sua aplicabilidade por parte da Comissão Europeia.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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