Geral Opinião

O tempo da Igreja e o tempo dos homens

Faleceu o Padre Vaz Pinto, padre jesuíta, com a idade de oitenta anos, um dos grandes pensadores da Igreja Católica Portuguesa, de que me recordo bem duma conferência que proferiu aos alunos da AM, nos idos anos do início da década de oitenta do século passado, onde numa resposta a uma pergunta que lhe fiz, muito marcou a minha forma de ver o mundo.

Questionei-o acerca do para mim evidente, na altura, desfasamento entre a postura conservadora do Papa João Paulo II, que considerava anacrónica naqueles tempos, e obtive como resposta que o tempo de Deus e da Igreja, não é coincidente com o tempo dos homens, que é efêmero, e que outros papas viriam, uns menos conservadores, outros mais conservadores, mas que os princípios e os dogmas da Igreja, esses eram e seriam sempre imutáveis ao longo dos tempos.

Esta resposta foi e ainda hoje me é muito útil, principalmente quando tento analisar sociedades e civilizações diferentes da nossa, como é o caso da chinesa, em que o tempo também tem outra dimensão, muito diferente do da sociedade Ocidental.

Bem-haja Padre Vaz Pinto, por me ter ensinado a pensar estrategicamente.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

Acerca do autor

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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