Geral Opinião

O sucesso dos drones ucranianos

Foto: Observador

Os ucranianos têm apostado há vários anos na indústria aeronáutica, tendo possuído até ao início da invasão da Ucrânia pela Rússia, que a destruiu nos primeiros dias da mesma, uma capacidade de transporte estratégico única na Europa, que inclusive alugava à UE, que a não possui, sempre que era solicitado.

A sua indústria aeronáutica ucraniana tem também desenvolvido capacidades de construir drones, capacidade essa que a compensou, um pouco, do facto de possuir poucas aeronaves, facto que inicialmente surpreendeu muito os russos, que só há pouco tempo conseguiram igualar essa capacidade e utiliza-la eficazmente.

Os drones aéreos, navais, à superfície e subaquáticos de alguma dimensão têm conseguido atingir vários objetivos táticos e operacionais no campo de batalha e mesmo até alguns estratégicos, com bastante eficácia, como temos constatado nestes últimos meses de conflito.

Esta capacidade que a UE e a NATO possuem em relativamente pouca quantidade, está em termos marítimos a ser investigada e desenvolvida em Portugal, que possui no âmbito da NATO um centro de excelência de investigação no domínio dos drones navais, algo  de que nos pode orgulhar, pois o desenvolvimento dessa capacidade é essencial para cumprir os objetivos da NATO.

É de realçar que a China já consegue controlar três mil drones simultaneamente sem que estes choquem entre si e num espaço limitado, o que significa que estes enxames de drones armados com munições poderão desequilibrar um determinado Teatro Operacional. Com o desenvolvimento da Inteligência Artificial podemos antever que essa coordenação de drones a atuarem simultaneamente, poderá aumentar exponencialmente.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

Acerca do autor

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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