Opinião

O regresso da guerra às portas da União Europeia

Estamos no meio duma pandemia que teima em não amainar e, enquanto tudo parece confinado, dois intermináveis conflitos estão novamente a recrudescer…

A guerra civil na Ucrânia, em que o país se encontra, na prática, dividido em dois, a parte Ocidental pró NATO, fazendo inclusive parte das nações integrantes da “Partnership for the peace“, iniciativa que integra alguns países do Cáucaso que integravam a ex-URSS, e pró União Europeia, e a parte oriental pró Russa, sendo grande parte da sua população de origem Russa.

Este “frozen conflict” na Ucrânia recrudesceu fazendo, em minha opinião, parte da resposta Russa às retaliações económicas que os EUA anunciaram lançar, como consequência da alegada intervenção Russa nas eleições presidenciais Norte-americanas.

O outro “frozen conflict” que ameaça recrudescer é uma consequência do Brexit, que opõem os católicos irlandeses da Irlanda do Norte, contra os protestantes Unionistas, ou seja, pró Reino Unido.

Esta última guerra religiosa na Europa, reacendeu-se devido sobretudo aos condicionamentos fronteiriços, impostos pelo Governo de Boris Johnson, na fronteira entre as duas Irlandas, que mercê de ambos os países, antes do Brexit, fazerem parte da União Europeia, parecia estar definitivamente resolvido.

Enfim, a União Europeia tem muitos defeitos, mas tem garantido a paz nas suas fronteiras. Cameron, May e Boris abriram uma caixa de pandora com o Brexit, que vai ser difícil de resolver.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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