De repente descobrimos com o Brexit, que o Reino Unido, após ter saído da União Europeia, prepara-se para, inexplicavelmente, se querer rearmar em termos nucleares, parecendo que, estamos a voltar a um clima bafiento de guerra-fria, baseado no equilíbrio do terror. No meio duma pandemia e com dificuldades de afirmação interna, ou se inicia um conflito, ou nos rearmamos, para apelar ao orgulho nacional, ao nacionalismo bacoco.
Esta receita que supra enunciei, infelizmente, tem sido utilizada por vários políticos encurralados, em várias épocas, com dificuldades de afirmação interna, um pouco por todo o mundo.
Infelizmente, Boris não é um caso único na política, duvido no entanto que, consiga unir o que desuniu com a saída do Reino Unido da UE sem a concordância da Escócia que, pretende a secessão do Reino Unido e pedir a integração na UE.
Em termos de ameaças, atualmente não vislumbro nenhuma necessidade de mais armamento nuclear, pois as que ainda há, são demais para destruir o mundo que conhecemos.
A China, o novo Inimigo dos EUA, e do Ocidente por inerência, tem-se vindo a afirmar no mundo globalizado pelo seu Soft Power, muito mais do que pelo Hard Power, embora ultimamente, esteja a desenvolver o seu poder de projeção com meios navais, com o fim de controlar o mar da China e as ilhas que, geograficamente, são reclamadas também pelo Japão, pelo que não me parece credível que queiram rearmar-se em termos nucleares, até porque o mundo mudou e embora o armamento nuclear não tenha sido descimentado, não me parece claro nem necessário uma nova corrida ao armamento nuclear.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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