Geral Opinião

O paradoxo do comportamento dos bispos portugueses face à pedofilia

Foto: Sábado

A Igreja Católica está organizada em rede, em que os bispos têm o seu território, onde mais ninguém tem autoridade espiritual, senão eles, a não ser o sumo Pontífice que através da Santa Sé, define os objetivos estratégicos universais, dos quais cada bispo retira a sua missão e estabelece os seus objetivos no tempo para os atingir.

Esta organização em rede funciona bem há 2000 anos, o que significa que dificilmente mudará, neste sentido a conferência episcopal portuguesa é um foro que não pode decidir como cada bispo deve exercer a governança do seu território, como é o caso do afastamento preventivo de padres pedófilos, havendo bispos exemplares como o de Évora que se colocaram do lado das vítimas, e outros como o de Beja, que por ter sido o responsável espiritual dos seminaristas do Seminário de Olivais quer perdoar os seus formandos, talvez por achar que falhou nessa missão.

O núncio apostólico, colocado em Lisboa, parece-me que não tem sido claro no acompanhamento das diretivas emanadas da Santa Sé, pois a visão estratégica de Francisco é a da assunção da culpa universal do crime de pedofilia, bem como de outras aberturas como a da possibilidade de poder haver padres casados na Igreja Ocidental, à semelhança do rito Católico Oriental.

À laia de curiosidade, alguns grupos terroristas copiaram esta organização em rede por ser eficaz e resiliente.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma