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O objetivo político de Israel e o objetivo militar por ora não são explícitos

Foto: Folha-UOL

Os israelitas continuam a executar a sua operação militar em Gaza, alegadamente para erradicar o Hamas, e a sua estrutura militar no território, pois o seu objetivo político parece ser outro, nomeadamente o de conseguir acabar de vez com a possibilidade de se virem a constituir dois estados no território de Israel, o que implica que os palestinianos de Gaza tenham que sair do território que ocupam, em direção ao exílio, numa primeira fase, que seria sempre precedida, em princípio, por outra fase na Cisjordânia, com o mesmo pretexto de acabar com o Hamas, objetivo já levantado pelos radicais no Governo de Israel, mas negada pelo Primeiro-ministro de Israel.

Caso seja este o objetivo político, a guerra está realmente no início e o Ocidente alargado não pode nunca apoiar este desiderato.

A guerra em Gaza, para cumprir o proclamado objetivo militar de Israel, de acabar com o Hamas iniciou-se pelo cerco, divisão do território em três zonas, norte, centro e sul, para a invasão terrestre, com forças pesadas, precedidas de intensos fogos, ser executada  para bater o inimigo por partes, e destruir o mais possível a estrutura militar superior do Hamas, e finalmente a utilização de Forças Especiais, para a limpeza final do território das bolsas de resistência.

Parecendo mais fácil a limpeza das bolsas de resistência que já está a ser feita no norte da faixa de Gaza, enquanto que no centro e sul  se está ainda na segunda fase, pois no norte a estrutura de comando do Hamas nessa zona estaria destruída, tal facto pode ser a mais custosa, e complicada, pois o Hamas, como todas as forças terroristas organiza-se em rede, ou seja, a estrutura de comando e controlo centralizada, não é a sua forma de atuar.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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