A NATO desde o fim da guerra-fria, e por ausência de inimigo palpável, foi mudando o seu conceito estratégico e nele definindo riscos e ameaças, que embora importantes não colocavam em causa a defesa dos países da NATO, sendo mais importantes do ponto de vista da sua segurança, e por essa razão, a Organização foi paulatinamente emagrecendo as suas estruturas de comandos, da responsabilidade da Aliança e e de comandos de forças, da responsabilidade dos países, aos quais todos os países contribuíam com forças em High Readiness Forces, (HRF)
A estrutura de comandos, e de comandos de forças, com forças em HRF, a que se somam a uma Força Independente em Prontidão Imediata, IRF, de cerca de 40 000 militares, designada por NATO Response Force, NRF, que nunca foi testada operacionalmente, não responde ao contexto estratégico atual, que terá de ser vertido no novo Conceito Estratégico da NATO, que irá ser aprovado esta semana em Madrid.
No novo Conceito Estratégico da NATO a Rússia, mercê da invasão à Ucrânia, voltou a ser considerada como o o inimigo do Ocidente, e a China, a reboque dos EUA , embora fora da área geográfica preferencial da Organização, o Atlântico Norte, passa a ser considerada como uma espécie de pré-inimigo, pré-preparando a Organização, para no futuro se confrontar com a China, o futuro inimigo dos EUA e por conseguinte da NATO.
O novo Conceito Estratégico da NATO obrigará a Aliança a reestruturar as suas Estruturas de Comandos e de Comandos de Forças, e obrigará os países a afiliarem mais forças a esses comandos, em termos numéricos, melhores e com maior prontidão, bem como a aumentarem o número de Forças na NATO Reaction Force, força de Reação Imediata, iRF, que atualmente é de cerca de 40000 militares, para além de obrigar a posicionar um número mais elevado de forças no flanco Leste da Organização.
Portugal atualmente tem forças terrestres da Brigmec afiliadas ao Comando de Força em HRF em Espanha, e forças especiais afiliadas ao comando em HRF em Milão, fazendo exercícios com estes regularmente.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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