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O golpe de estado no Níger

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A comunidade Económica da África Ocidental é uma Comunidade constituída sobretudo por países francófonos africanos, que têm como  francês a sua língua oficial, têm uma moeda comum, o Franco CFA, e nalguns deles existe uma presença militar francesa significativa, havendo inclusive uma grande base naval em Abidjan.

A França nesta área do globo exerce grande influência, pois o Franco CFA está bastante controlado pois é garantida pelo Banco Central de França. Normalmente quando há crises a França intervém imediatamente e não raras vezes arrasta a União Europeia para nelas participar com Forças Militares, passando a Operação a ser uma Operação da UE.  Portugal no âmbito da UE tem participado nestas operações de paz, tendo iniciado essa participação na República Democrática do Congo há cerca de duas décadas.

O Niger é um dos países da CEAO aonde na semana passada houve um golpe de estado, estando o país atualmente a ser governado por uma Junta Militar que fechou o país e o espaço aéreo e que pondera pedir apoio militar à empresa Wagner, que já opera nos países vizinhos, ou seja pondera pedir o apoio da Rússia.

Nada de novo debaixo do sol, as potências há décadas degladiam-se para conquistar, ou modernamente falando para aconselhar o poder político e o apoiarem com forças militares. África tem recursos que são necessários para o Ocidente, que infelizmente são a cauda dos conflitos.

Num dos primeiros livros de política Internacional que li há bastantes anos da autoria de Kissinger ele referia, consternado, que na altura doze países de África tinham passado para a área de influência Russa, enre os quais contava as nossas ex-colónias, este apetite pelo controlo de África continua, havendo ora a China também neste complicado jogo de xadrez.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma