Opinião

O favorzinho das vacinas

Como de costume, basta termos um poderzinho, qualquer que ele seja, para alteramos as regras éticas que deviam fazer parte do nosso comportamento social.

Passa-se assim em todos os estratos sociais e em todas as profissões, é algo transversal à nossa sociedade.

Quem tem poder acha que pode ter atitudes despóticas e autoritárias, e que também pode ser magnânimo, que está acima da lei e, que pode subverter ou reinterpretar a seu belo prazer as orientações superiores ou pura e simplesmente ignorá-las, para assim beneficiar quem lhe aprouver, ou seja, para fazer um favorzinho aos outros, quer sejam seus funcionários,
dependentes hierárquicos, quer seja a terceiros.

Alguns favorzinhos, na administração das vacinas do Covid, foram cometidos recentemente, um pouco por todo o país, que por não serem unidoses, tornam-se difíceis de controlar à partida, pois haverá sempre restos de frascos que não se podem desperdiçar, frascos que se partem, enfim todos os pretextos possíveis e impossíveis são pretensamente válidos, servindo para justificar o injustificável e, perverter as prioridades emanadas pelo governo, para se ministrarem as vacinas da Covid.

O favorzinho e a cunha são, parceiros que andam de braço-dado, e que infelizmente são formas de corrupção, sendo esta um mal social, que assola transversalmente toda a sociedade.

Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva