Geral Opinião

O conflito entre Israel e a Palestina

Foto: European Union

A guerra e a paz, dois conceitos que aparentemente se opõem, e que normalmente são definidos como a existência de uma ausência do outro, à semelhança de tudo o que existe na realidade, onde nem tudo é preto e branco, pois entre uma cor e outra há várias matizes de cinzento, entre a guerra e a paz também existem inúmeras situações intermédias, que têm sido conceptualizadas, definidas, de diferentes formas, sobre um chapéu genérico que as definiu como crises, e/ou como conflitos, havendo ainda várias classificações, e várias definições dos mesmos tais como conflito congelado, conflito latente, guerra-fria, havendo vários cursos de gestão de conflitos e de crises, por forma a preparar recursos humanos para lhes fazer face, por forma a impedir que estes degenerem numa guerra declarada, entre dois ou mais oponentes.

Boutros Boutros-Ghalium anterior secretário-geral da ONU, para fazer face a este tipo de situações supra-descritos, elaborou um corpo teórico que definiu genericamente por operações de paz, e uma vez que as Nações Unidas não são um governo mundial, e por isso não têm exércitos tem vindo a solicitar a outras organizações regionais ou alianças que atuem em seu nome por forma a evitar que as crises degenerem em guerra declarada, prevenindo-a, ou interpondo forças entre os contendores, ou mesmo impondo a paz pela Força.

Com conflitos latentes, congelados há tantos anos de que é exemplo paradigmático o que ocorre desde há cerca de setenta e cinco anos entre Israel e a Palestina, parece impossível que a comunidade internacional até hoje não o tenha conseguido resolver ou mitigar, porque o conflito é, desde o início da implantação de Israel como estado, um conflito assimétrico entre um Estado, ator fulcral do Sistema Internacional, com meios para fazer impor a força, e uma Nação sem território independente, e que embora tenha alguma legitimidade internacional, nunca foi na prática reconhecida como estado, e não dispõem por isso de forças armadas, tendo de recorrer a outro tipo de organizações, e a métodos de luta por uns consideradas como terroristas e por outros como de libertação.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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