Geral Opinião

O comando, controlo, comunicações, C4 IS da Ucrânia

Foto: Observador

O telefone vermelho, entre o Kremlin e Washington, estabelecido na sequência da crise dos mísseis de Cuba, mais uma vez foi utilizado para evitat que as duas potências nucleares escalassem a guerra para um patamar inaceitável, pois permite in extremis que tal aconteça.

A queda do drone dos EUA sobre o Mar Negro, só confirma que todas as informações recolhidas no campo de batalha da Ucrânia, estão a ser recolhidas pelos Serviços de Informações dos EUA, através da NATO ou independentemente desta, em prol da Ucrânia, o país ilegitimamente invadido pela Rússia.

A recolha e transmissão de informações do campo de batalha, em tempo real ou perto do real, é uma atividade essencial para se planear e comandar assertivamente as operações, permitindo ao comandante tomar decisões sobre as manobras a efetuar, sem correr demasiados riscos, tais como se deve manter Bakhmut, se se deve efetuar uma manobra retrógrada, trocando o espaço pelo tempo, para a linha de trincheiras à retaguarda da localidade, se se devem mexer nas reservas, determinar alvos a abater por unidades de apoio de fogos, enfim, permite fundamentar todas as suas decisões.

É evidente, para nós militares, que um comando das Forças Iraquianas, o C4IS, está a ser efetuado fora da Ucrânia, numa base que pela proximidade pode eventualmente ser a de Ramstein, pois como já trabalhou em operações militares, sabe que para comandar uma operação desta envergadura são necessárias centenas de oficiais e sargentos, ligados por net, em anfiteatros grandes, normalmente guarnecidos por pessoal na reserva, dado que os operacionais devem esta no campo de batalha.

Evidentemente que após os briefings de decisão, efetuados de manhã e à noite, o comandante ucraniano, depois de aconselhado, toma as suas decisões, no seu gabinete de guerra, em que o Zelensky toma também parte, quando é necessário haver uma decisão tática e operacional que possa ter repercussões políticas.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

Acerca do autor

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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