Opinião

Natal e Ano Novo

É comum nesta época do ano, Natal e Ano Novo, sermos solidários para com o próximo e fazermos promessas de que os nossos comportamentos se vão alterar.

É pois costume, efetuar promessas de que vamos mudar qualquer comportamento que não consideramos correto no novo ano que vai começar, embora isso raramente irá acontecer no decorrer do ano que vai começar, pois como diz o povo, de boas intenções está o inferno cheio.

Parece, à primeira vista, estranho que só nesta ocasião do ano queiramos mudar algo e que nos apercebamos de que algo está mal, nos nossos comportamentos individuais e na nossa vida em sociedade, no entanto nada existe de estranho nesta situação, pois nesta época do ano desde sempre se comemorou a efeméride do solstício de Inverno, que desde sempre foi considerado um momento de renovação.

Na antiguidade, o Sol – o astro-rei, era adorado como um Deus, constituindo o solstício de Inverno, um marco importante na vida espiritual dos povos que o adoravam.

Estas festividades pagãs foram aproveitadas pelo Cristianismo, em cujo calendário litúrgico se adotou uma data cercada do Solstício, como a data do nascimento de Cristo Redentor, a data da renovação por excelência, a data do recomeço.

Nas sociedades predominantemente agrícolas, de primeira vaga, o Solstício marcava a data em que o dia solar aumentava, o que era benéfico para quem da agricultura vivia, pois faria germinar as plantas.

Estas considerações ajudam-nos a perceber que o nosso desejo de renovação, de renascer sem vícios, tem raízes culturais e religiosas muito ancestrais, não constituindo nenhuma novidade.

Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva