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Museu Nacional da Música abriu em Mafra mas já extravasou as fronteiras portuguesas

O Museu Nacional da Música, que abriu este fim-de-semana em Mafra, já extravasou as fronteiras e chegou ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo, pela voz do eurodeputado Hélder Sousa Silva. Um projeto que contou com financiamento europeu, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência.

Hélder Sousa Silva, que já defendeu publicamente perante os eurodeputados, que “a criatividade e a música devem ser tratadas não como custos, mas como motores da Europa”, levou o exemplo português do Museu Nacional da música, ao Parlamento Europeu, para mostrar que “Portugal está na linha da frente da preservação e valorização do património musical europeu”. A abertura deste espaço museológico, no passado sábado no Real Edifício de Mafra, Património Mundial da UNESCO foi, nas palavras do eurodeputado, “um marco significativo para a cultura portuguesa e europeia”.

Hélder Sousa Silva, que integra a Comissão da Educação e Cultura do Parlamento Europeu, defendeu que a música “é uma das expressões mais profundas da condição humana, uma linguagem universal que une, inspira e preserva memórias”. Por isso, quando, na qualidade de Presidente da Câmara Municipal de Mafra, apoiou o projeto do Museu Nacional da Música, teve como principal propósito “proteger arquivos musicais e instrumentos históricos”, que considera “essenciais para salvaguardar a nossa herança cultural”.

O eurodeputado português aproveitou para agradecer à União Europeia o financiamento dado através do Plano de Recuperação e Resiliência, que classificou como “determinante” para a concretização do projeto e que considerou “um excelente e belíssimo exemplo de aplicação dos fundos comunitários”. E afirmou: “Espero que, com estes bons exemplos, a União Europeia continue a apostar na Cultura como elemento de união entre os europeus e como um investimento fundamental para manter e consolidar o projeto europeu”.

Recorde-se que Hélder Sousa Silva tem incitado a União Europeia a investir “na música, nas pessoas e nas ideias que tornam a Europa não só mais forte, mas também mais inspirada”. Hoje, no plenário do Parlamento Europeu, saudou o reforço proposto para a cultura no futuro programa AgoraEU, mas defendeu que é “crucial que este inclua uma componente dedicada à música, tão (ou mais) clara quanto a do atual Europa Criativa”.

O Museu Nacional da Música, instalado este fim-de-semana em Mafra, acolhe coleções de instrumentos raros, muitos deles únicos no mundo e considerados tesouros nacionais, como é o caso do violoncelo Stradivarius Chevillard, do Rei D. Luis I, do Cravo Antunes ou do Cravo de Pascal Taskin, construído a pedido do Rei Luis XVI, entre muitos outros. Adicionalmente, apresenta arquivos documentais de grande relevância, dos quais saliento peças de composição de autores como Fernando Lopes Graça, José Viana da Mota, entre muitos outros, e arquivos iconográficos, merecendo destaque as telas de José Malhoa, que consagram Beethoven e a Música.

Carlos Alberto Cardoso