Geral Opinião

Manuel Baptista, o genial pintor algarvio

Foto: Postal do Algarve

O recordar de um genial pintor algarvio falecido este ano que ora finda.

Estamos a chegar ao final de 2023, fui rever as páginas dos amigos do Facebook de quem sou amigo e surpreendi-me com a morte do grande pintor algarvio Manuel Baptista, um dos artistas mais importantes e interessantes do nosso país, cuja carreira e obra muito apreciei e aprecio.

Manuel Baptista era presença assídua do Centro Cultural São Lourenço em Almancil, onde expunha os seus trabalhos, alguns dos mais icónicos como os leques e as gravatas, técnicas mistas com muitas colagens, muito interessantes sobre papel, e outras das quais possuo uma grande cadeira de praia pintada sobre madeira, um trabalho muito abstrato, mas esteticamente apelativo, que me acompanha há anos, e que para ela olhar e apreciar, me deleito e me evado, efeito que só a arte me provoca.

Relembro nesta crónica a mais importante exposição que dele vi, no Museu da eletricidade em Lisboa, onde expôs os seus trabalhos em grandes dimensões, ocupando o espaço com instalações e obras de grandes dimensões, algumas ampliadas de trabalhos seus mais pequenos, outra feitas para à ocasião, obras que enchiam o espaço pela sua excelência, dimensões e criatividade.

Com Baptista e outros grandes das artes, eduquei o meu gosto e aprendi a apreciar a arte contemporânea, que não sendo de perceção imediata, é muitas vezes motivo de escárnio e de alcunhas e epítetos desadequados, como o que atribuíram a Manuel Baptista no início da sua carreira, em que injustamente lhe chamavam a costureirinha da Sé de Faro, pelos seus trabalhos de colagens que tanto o caraterizaram como sublime artista, que foi e que ficará para sempre na História da Arte em Portugal. É um dos artistas que da lei da morte se libertaram, pois a sua obra genial permanece viva entre nós.

Até sempre.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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