Já se sente o Natal, na Ericeira sente-se a festa. As ruas cheiram a castanha assada, a maresia traz consigo a frescura do inverno e o comércio local está cheio de vida. As prateleiras de madeira repletas de prendas artesanais, como cerâmicas pintadas à mão, barros e até vinho quente com ervas aromáticas. No centro da praça, os enfeites de Natal brilham como estrelas no céu.
Mas, enquanto a vila estava tranquila e cheia de encanto, algo muito especial estava prestes a acontecer. Enquanto o crepúsculo se transformava em noite, os duendes da Ericeira iriam realizar uma missão secreta. Eram duendes diferentes, com chapéus de feltro e casacos de lã, com um sotaque que misturava o som das ondas com o cantar das gaivotas, um deles tinha cabelo azul e até traziam instrumentos musicais mágicos.
Em vez de carregarem sacos de brinquedos, eles estavam com cestas recheadas… de bacalhau! Sim, bacalhau. Mas não um bacalhau qualquer! Este era um bacalhau mágico, que fazia brilhar de alegria tudo em que tocava.
No mercado, as risadas ecoavam. O bacalhau estava em todo o lado, a tocar, a fazer piadas, e a encantar a vila com o seu brilho especial. Até o vinho quente começou a dançar com as ervas aromáticas dentro da panela, criando figuras engraçadas que faziam todos rir ainda mais.
O que ninguém sabia, mas os duendes sabiam muito bem, é que o verdadeiro presente de Natal era espalhar alegria antes do próprio Natal chegar. Porque, na Ericeira, o Natal não era só uma data no calendário, era uma festa de comunidade, de magia, de bons momentos, e estava prestes a começar, com a ajuda do bacalhau mágico.
Os duendes desapareceram na escuridão da noite, mas deixaram para trás uma vila cheia de risos e de brilho, com um segredo que, para já, só as crianças conhecem. O bacalhau mágico ainda estava lá, a brilhar na memória de todos, como um lembrete de que o Natal é, antes de mais, uma grande festa e uma oportunidade para ser e fazer alguém feliz.
Fotografias e texto de Carlos Sousa/ KPhoto
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