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Lutaremos ao lado da Ucrânia até ao último soldado ucraniano, sem pôr “boots on the ground”

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De acordo com todos os indícios no terreno a tão esperada contraofensiva ucraniana começou com ataques em cinco eixos de aproximação, sendo que alguns dos ataques serão ataques secundários, para fixar forças, ou seja, impedir que as forças de reserva vão reforçar o ataque principal, ou seja, o ataque que visa conquistar um objetivo estratégico em profundidade, que faça com que a Ucrânia consiga ir para a mesa de negociações negociar em superioridade.

O Planeamento Operacional Ucraniano pode no entanto mudar de acordo com a reação dos russos, ou seja, um ataque secundário com sucesso poderá fazer mudar o ataque principal para esse eixo, pois o planeamento é algo que vai alterando com o decorrer da operação havendo sempre planos de alternativa e planos de contingência, pois nos Quarteis Generais existe sempre pessoal dedicado a planear e a monitorizar as operações em curso e outros a planear operações futuras, separados e em locais diferentes.

As Operações das Operações Especiais em Belgorod na Rússia estão a ter sucesso pois os russos nunca pensaram ser atacados no seu território, uma vez que caso isso acontecesse a guerra poderia escalar, algo que o Ocidente não quer, e todo o material militar entregue pelo Ocidente tinha como restrição não poder nunca ser usado em território russo, algo que é um condicionamento grande da manobra ucraniana, uma vez que o melhor eixo de aproximação para desarticular toda a defesa russa era mesmo o de Belgorod, permitindo conquistar território inimigo e ir para uma mesa de negociações numa vantagem nítida.

A NATO não quer nem pode ter uma ação direta nesta guerra para não cessar a guerra para um conflito nuclear, ou seja, lutaremos ao lado da Ucrânia até ao último soldado ucraniano.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

Acerca do autor

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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