Crime Geral

Internamento para jovem que matou a avó em Mafra

O jovem de 23 anos que foi acusado de matar a avó com 63 golpes, em Mafra, foi condenado a internamento pelo Tribunal de Sintra. Apesar dos juízes o considerarem culpado pelos crimes de homicídio e posse de arma proibida, este foi considerado inimputável.

O coletivo de juízes deu como provados os factos da acusação e determinou o internamento e tratamento do jovem, que tem diagnóstico de esquizofrenia e por isso é considerado inimputável, não podendo ser responsabilizado pelos crimes cometidos.

O internamento e tratamento do jovem foi determinado pelos juízes por um período mínimo de três anos e um máximo de 21 anos e quatro meses, sendo a pena revista de dois em dois anos.

Carlos Camacho, presidente do coletivo, durante a leitura do acórdão classificou o crime como “muito grave” e causador de “alarme social“, apesar de reconhecer as “alterações de perceção” e a “situação de descompensação” de que o culpado sofria no momento do crime.

A causa da morte da idosa, reafirmou o tribunal, foram os golpes desferidos pelo jovem por terem sido atingidos “órgãos vitais“.

O jovem assistiu à leitura do acórdão por videoconferência a partir do Hospital Prisional de Caxias, onde se encontra internado preventivamente, e reafirmou a autoria dos crimes, como já tinha acontecido nas alegações finais do julgamento.

A condenação em internamento psiquiátrico já tinha sido pedida tanto o Ministério Público como a advogada de defesa do arguido.

De acordo com a acusação do Ministério Público, a que a Lusa teve acesso, no dia 15 de dezembro de 2021, pelas 15.30 horas, o jovem ter-se-ia deslocado à residência da avó, de 82 anos, na localidade de Gonçalvinhos, em Mafra, com duas malas e uma mochila onde transportava artigos pessoais, entre os quais duas facas de cozinha.

Após dialogar com a avó e de a acompanhar pelo quintal até à garagem, “por razões não apuradas, desferiu-lhe pelo menos 63 golpes“, atingindo-a na cabeça, pescoço, tronco e abdómen e provocando-lhe lesões no coração, aorta, pulmões, diafragma, fígado, estômago e rim direito, entre outros órgãos.

O jovem sofreu ferimentos na mão direita e, depois de lavar as mãos e as facas na casa de banho, conduziu um automóvel ligeiro até casa, em Mafra, de onde ligou para o 112 a pedir auxílio.

Transportado para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, foi lá que o jovem foi identificado e detido pela Polícia Judiciária, depois de ser denunciado pela mãe, que encontrou a vítima morta em casa.

O Ministério Público afirmou que o culpado, com esquizofrenia diagnostica e em situação de descompensação, “agiu com extrema frieza de ânimo, motivado exclusivamente por um motivo fútil”.