A exposição ao frio pode levar a hipotermia e esta requer intervenção pois, quando é grave, pode ser fatal. Saiba o que fazer.
A hipotermia é uma situação em que a temperatura corporal é inferior ao normal e os mecanismos do organismo que fazem a sua regulação não conseguem recuperá-la por si.
- Fala-se de hipotermia quando a temperatura corporal é igual ou inferior 35oC;
- O organismo perde mais calor do que aquele que consegue produzir e, por isso, não consegue que a sua temperatura retorne ao valor normal;
- Em situações limite, a hipotermia pode ser fatal.
O que causa a hipotermia
Mais frequentemente, a hipotermia deve-se a uma exposição prolongada a temperaturas baixas, do ar ou da água, como acontece, por exemplo quando:
- Se está muito tempo no exterior e a temperatura ambiental é muito baixa e/ou não se está vestido de forma adequada a essa temperatura;
- Se tomam banhos prolongados de água fria ou, por qualquer razão, o corpo está exposto a água fria, gelo ou neve durante períodos prolongados.
Grupos de risco
Qualquer pessoa pode desenvolver hipotermia, mas há grupos com maior risco como:
- Bebés, crianças e idosos, que são as faixas etárias mais sensíveis;
- Pessoas em estado de desnutrição ou desidratação;
- Alcoólicos.
Nestes grupos, os cuidados de prevenção no tempo frio são particularmente importantes.
Quais são os sintomas de hipotermia?
A hipotermia não tem sempre a mesma gravidade. Desenvolve-se progressivamente e os seus sinais e sintomas vão-se agravando com a diminuição da temperatura corporal se não houver intervenção e/ou se a exposição ao frio se mantiver.
- Na hipotermia ligeira, quando a temperatura corporal é de cerca de 32oC-35oC, há arrepios de frio (tremores), dormência das mãos e pés, extremidades azuladas, dificuldade em falar claramente, cansaço, confusão e problemas de memória.
- Quando a situação piora e a temperatura ronda 28oC-32oC os arrepios param, há sonolência e alucinações.
- Na hipotermia grave, associada a temperaturas corporais inferiores a 28oC, há inconsciência, dificuldade respiratória e alterações dos batimentos cardíacos, que podem evoluir para coma e morte.
- A exposição prolongada da pele a temperaturas baixas pode também provocar queimaduras pelo frio.
O que fazer e o que não fazer quando há hipotermia
Se forem identificados sinais de hipotermia ligeira devem ser implementadas ações que promovam um reaquecimento progressivo e ajudem a temperatura corporal a voltar aos valores normais:
- Primeiro, retirar ou afastar a pessoa atingida da fonte de frio e levá-la para um local protegido e aquecido;
- Se tiver roupa molhada vestida, retirá-la, secar a pele, vestir roupa seca e/ou cobrir mantas quentes, incluindo a cabeça e pescoço;
- Dar bebidas quentes a beber (se a pessoa conseguir beber). Podem ser açucaradas, mas não deve ser café ou outras bebidas com cafeína ou álcool;
- Vigiar a recuperação e não deixar a pessoa sozinha.
Nos casos ligeiros, estas medidas podem ser suficientes.
Se verificar dificuldade na recuperação pode ainda:
- Aplicar no pescoço e tórax fontes de calor adicionais, por exemplo sacos de água quente ou bolsas de aquecimento, nunca em contacto direto, sempre protegidas com um pano ou uma toalha.
O reaquecimento deve ser progressivo e não deve:
- Mergulhar uma pessoa em hipotermia em água quente.
- Fazer massagens vigorosas nos braços e pernas.
Procure cuidados médicos
Sempre que numa hipotermia ligeira a recuperação não seja conseguida ou seja muito difícil;
Em qualquer caso de suspeita de hipotermia que tenha sinais ou sintomas de que não se trata de uma situação ligeira;
A hipotermia grave é uma emergência médica e requer cuidados imediatos pois pode evoluir para coma e morte. Em Portugal deve ser acionado o serviço 112 e seguidas as instruções que forem dadas.
Fonte: Hospital da Luz
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