No antigo testamento há uma parábola que fala das cidades de Sodoma e Gomorra, que por terem pecado gravemente contra Deus, estavam por ele condenadas a serem destruídas por fogo e enxofre vindos dos céus.
O profeta Abraão, ao saber do potencial castigo divino, tentou preventivamente interceder pelos cidadãos das duas cidades, ou seja, tentou negociar com Deus para o demover a realizar tal crueldade, tendo começado por lhe perguntar que se houvessem cem justos nas duas cidades, se Deus as pouparia ao sacrifício, ao que Deus acordou, tendo Abraão continuado, diplomaticamente, a negociar com o criador, com medo que não houvessem cem justos nas duas cidades, tendo nela paulatinamente diminuindo o número mínimo de justos necessários para Deus não as destruir, até ter chegado ao número mínimo de um justo, tendo Deus mesmo assim concordado, pois sabia que nelas nem um só justo existia, pelo que acabou por as destruir, castigando dessa forma Sodoma e Gomorra.
No antigo testamento, fala-se muito do medo do temor que há que ter a Deus, visto como castigador dos pecados, algo que no segundo testamento foi substituído por um Deus amor, embora haja muitos Cristãos e igrejas Cristãs que parecem não o terem entendido, de que é exemplo a Igreja Ortodoxa Russa, que apoia criminosamente a invasão da Ucrânia por Putin.
Esta parábola fez-me recordar a visita de Guterres ao Kremlin, para negociar com o Senhor da guerra, Putin o implacável purificador do alegado pecado da nazificação da Ucrânia, que tem no Batalhão de Azof uma fixação, por este alegadamente representar esse ideal, querendo extingui-lo, a ele e aos civis que com ele estão presos nos tuneis do estaleiro de Azof ,em Mariupol, à fome e com ferro e fogo bíblico, embora mesmo assim Guterres parece ter tido mais sucesso que Abraão, pois pelo menos conseguiu, para já, retirar cerca de cinquenta civis do referido estaleiro.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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