O Primeiro-ministro de Israel na sua última mensagem ao País, efetuada em 6 de janeiro, disse em Hebraico que iria limpar toda a faixa de Gaza do Hamas, e frisou que era toda a faixa de Gaza, mais de uma vez, terminando o seu discurso com uma mensagem em inglês, em que queria passar a ideia que Israel estava a lutar pela civilização.
A civilização ocidental, pauta-se por valores, por códigos de conduta éticas e deontológicas, que são distintos dos códigos morais, alguns dos quais se encontram consignados em tratados internacionais, convenções de que são exemplo as quatro convenções de Genebra, de cartas universais, de que são exemplos a dos direitos do Homem, e a dos direitos das crianças, em suma no cumprimento do direito internacional.
Infelizmente, alguns estados deliberadamente não cumprem as normas do Direito Internacional, alguns porque têm poder para o fazer, e outros porque neles se não revêm, razão pela qual nem todos estes documentos, embora nalguns deles esteja explícita a expressão universal, expressam valores comuns a todas as civilizações, mas sim aos da civilização ocidental.
Entendo como civilização, o sincretismo dos valores, da cultura, da religião, dos usos e costumes duma determinada etnia ou de uma determinada sociedade.
O Primeiro-ministro de Israel ao invocar que está a defender a civilização contra a barbárie, tenta que todos nós ocidentais com ele e com esta guerra que trava insana e desproporcionada nos solidarizemos, embora saiba que a civilização que diz estar a defender seja diferente da civilização ocidental, pois os valores, a religião, os usos e costumes e a cultura dos judeus, são muito diferentes dos da civilização ocidental, pelo que não me consigo solidarizar com ele nesta guerra, que se no início era justa, ora deixou de o ser após estes cinquenta dias de massacre sobre civis.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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