Antes de descrevermos a noite de sexta-feira, para quem não conhece, uma pequena explicação desta tradição da região.
A imagem de Nossa Senhora da Nazaré vai circulando todos os anos entre um conjunto de freguesias. Santo Isidoro, Montelavar, S. Pedro da Cadeira, Ericeira, Porto da Carvoeira, Alcainça, Terrugem, S. João das Lampas, Sobral da Abelheira, Galés, Gradil, Azueira e Enxara do Bispo.
Cada freguesia que recebe a imagem da Santa, é responsável por uma peregrinação anual à Nazaré antes de a entregar à Freguesia seguinte.
Esta peregrinação recebe o nome de Círio por se deixar no Santuário da Nazaré uma vela – círio – que fica a arder até ao ano seguinte.
As festas das Freguesias dividem-se em duas: a festa dos velhos ou dos casados e a festa dos novos ou dos solteiros, sendo que a comissão desta última deve assegurar a organização da próxima recepção à imagem da Virgem, passados os 17 anos do giro.
Este ano, saindo de Santo Estevão da Galés, O Gradil foi responsável pela recepção da santa e organização das comemorações, que se dividem naturalmente entre actos religiosos e grandes momentos de convívio e boa disposição.
Na noite da passada sexta-feira tinha como convidado especial essa reconhecida figura do humor português, Marco Horácio num espetáculo onde o humor, a sátira, o fado e a música ligeira se vão misturando com ritmo tendo como protagonistas um conjunto de guitarras e o personagem Rouxinol Faduncho.
Este personagem Rouxinol Faduncho é um fadista, ex-emigrante que foi expulso da Alemanha, país onde se encontrava emigrado, por contrabando de alguns produtos nacionais para venda aos portugueses emigrados, nomeadamente morcelas.
Foi neste ambiente que Marco Horácio se foi divertindo e divertindo as muitas centenas de locais e visitantes que encheram o recinto das festas.
Para terminar, apenas uma explicação – no título deste apontamento o termo “coirões” foi usado por Marco Horácio várias vezes quando se referia aos três músicos que o acompanharam durante este espetáculo. Da mesma forma, o termo “sem-pescoço” foi usado por estes em resposta às “provocações” do protagonista nesta encenação que dá pelo nome de Rouxinol Faduncho.
Texto e fotografias de Carlos Sousa/ KPhoto
Adicionar comentário