Gouveia e Melo toma posse na segunda-feira, como Chefe do Estado Maior da Armada, será promovido ao posto máximo da Armada, Almirante, e em minha opinião, irá ser o substituto do atual Almirante Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, Silva Ribeiro.
Depois do protagonismo mediático que teve, esta promoção tem também, como objetivo político, impedir que o Gouveia e Melo se constitua como um candidato presidenciável credível, algo que a classe política dificilmente aceitaria, pois um militar deve estar calado, e não deve ter veleidades políticas.
Gouveia e Melo livre, poderia, abalar o “establishment”, constituído por políticos profissionais, algo que em minha opinião, afasta da vida política a maioria dos cidadãos portugueses, e tem vindo paulatinamente a matar a Democracia.
O povo e a Comunicação Social, estavam a fazer do Almirante uma vedeta, pois o Almirante mostrou ser competente e eficaz, algo raro em Portugal, tem boa figura e veste um uniforme, algo que o povo gosta, pois nas monarquias o rei, em cerimónias oficiais, também enverga, normalmente, um uniforme.
O falecido professor Lucas Pires, nas suas análises políticas, na década de oitenta, referia amiúde que Portugal, era na sua essência um país monárquico que gostava da pompa dos uniformes, e que por isso os Presidentes da República, normalmente eram militares.
O Presidente que substitui Eanes, o primeiro presidente civil, Mário Soares assumiu-se como um presidente-rei, algo que lhe granjeou uma enorme popularidade, que não tinha tido como Primeiro-Ministro, bem como o atual Presidente Marcelo, que se comporta como um verdadeiro presidente-rei, amado pelo povo das “selfies”, o que lhe dá um peso político, e um poder fático de influência, que vai muito para além do poder constitucional que tem.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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