Património, muito mais que cimento
Aquando da apresentação no último dia 10 de Junho do Livro de António Batalha no Sobreiro alguém disse que andamos no Concelho de Mafra “embebedados” pelo cimento e pelo alcatrão e que este património material não passa disso mesmo, cimento e alcatrão, sendo que o nosso património cultural está a desaparecer.
Concordo inteiramente, a riqueza cultural do nosso Concelho corre sérios riscos de desaparecer, aquilo que é a nossa identidade e que nos distingue no contesto nacional não está nem a ser protegido ou divulgado, não basta distribuir dinheiro pelas Associações do Concelho de Mafra para que o trabalho fique feito.
Somos um Concelho rico no que respeita à cultura dita popular, este Património que por não ter consistência física não se mantém com sacos de cimento, carece de outro tipo de “cola” que o sustente, a passagem de costumes e tradições, de contos e historias, de maneiras de falar, do nosso artesanato e gastronomia da ligação à terra e ao mar são aspectos que importa proteger e desenvolver.
As novas gerações de Mafrenses (nestes junto os novos habitantes do Concelho) têm que ser o “alvo” principal de uma intervenção que vise educar/informar as pessoas sobre a herança cultural da nossa terra, neste âmbito cabe à nossa Autarquia colocar à disposição das pessoas locais onde se dê primazia ao contacto directo com esta realidade, um local onde se faça e ensine a fazer o Pão de forma tradicional, onde o oleiro execute e ensine a sua arte, um espaço não só pedagógico mas também onde as diferentes gerações troquem experiências, porque o velho e o novo podem e devem conviver.
O desenvolvimento e crescimento de infra estruturas não pode deixar de lado o nosso património e herança cultural soube pena de perdermos a nossa própria identidade!
Pedro Tomás
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