Estando a Grécia e a Turquia colocados sobre as maiores reservas de gás natural do mundo, “off shore”, ainda inexplorados, não vejo a razão de que numa altura de crise energética grave, provocada pela guerra ucraniana, não se explorem essas mesmas reservas, e andamos todos a tentar arranjar soluções fora da União.
Aguando do garrote financeiro, causado pela crise do “Sub Prime” de 2008, exercido essencialmente sobre os países do Sul, a que os países do Norte da Europa, com desprezo e ironia, designam por PIGS, formando um acrónimo com a junção das primeiras letras de Portugal, Italy, Greece e Spain, ainda houve uma suspeita, de que em relação à Grécia, a pressão exercida pelas principais agências de “Rating“, que teve como consequência um aumento excessivo de juros sobre a dívida pública grega, pretendesse ter como objetivo adquirir os direitos sobre essas mesmas reservas, essenciais para a União Europeia.
Parece-me que existem algumas impedâncias, para não dizer resistências, a que se não faça essa exploração endógena, e só se fale do “Shale Gas” liquefeito, que os EUA poderão vir a fornecer transportado por navio, necessitando para isso de se construírem novas infraestruturas na Europa, o que tornará mais difícil, vir a conseguir-se a tão almejada independência energética do velho continente.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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