Opinião

É discriminatório não vacinar os professores do ensino superior

Sou convidado amiúde para dar conferências sobre assuntos de segurança e defesa europeus, tendo devido à pandemia, começado fazê-lo online.

Acabei de dar uma conferência para a Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, departamento de Relações Internacionais, e quando a acabei senti-me desconsolado, triste, pois faltou a presença física e o calor humano que puxa, que emociona, que faz o palestrante vibrar enquanto explica, enquanto responde.

Enfim, transmiti o que sei e o que estudo, mas não é a mesma coisa, pois o palestrante no púlpito é um ator, que precisa de público, que precisa de aplausos, de ver expressões nos rostos dos alunos, que precisa do calor humano que o ecrã não consegue transmitir.

Percebo a desmotivação de todos os professores deste país, e também percebo a desmotivação dos alunos, com este sistema que em tempos de pandemia desenrasca, mas que o não pode nem deve substituir.

Espero que brevemente os professores universitários sejam também vacinados contra o Covid, porque como me afirmou a docente coordenadora do Seminário, estes recusam-se a dar aulas teóricas presenciais, por terem sido discriminados em relação aos professores dos outros graus de ensino, não tendo sido, estranhamente, considerados prioritários na sua toma.

Cumpri a missão, mas não é a mesma coisa.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva