Efemérides & Curiosidades Geral

Das grades aos cravos, uma viagem alucinante

No 25 de abril de 1974, Portugal testemunhou um capítulo que redefiniu sua história, quando as correntes da ditadura e do fascismo finalmente cederam perante a maré crescente de contestação por liberdade e justiça.

Para assinalar os 50 anos do 25 de abril, a Câmara Municipal de Mafra e a União de Resistentes Antifascistas Portugueses inauguraram na noite de sábado, à hora que há 50 anos começavam as operações dos capitães de abril, o memorial que presta homenagem aos presos e perseguidos políticos do Concelho de Mafra durante a ditadura fascista.

O memorial, da autoria do escultor mafrense José Eduardo, está instalado no Largo Coronel Brito Gorjão e tem como mote “a luta pelo derrube das grades das cadeias do fascismo, sobre o qual se eleva o cravo vermelho, símbolo da Revolução de Abril.”

O escultor José Eduardo usou da palavra para realçar a importância deste monumento pelo seu simbolismo e mensagem, e não quis deixar de agradecer a todos, que das mais diversas formas, o ajudaram a concretizar este sonho.

Hélder Sousa Silva, presidente da CMM salientou a importância deste 50º aniversario e da importância que Mafra teve na revolução.

Luís Farinha em representação da URAP, fez o enquadramento histórico dos anos de ditadura, a necessidade de alerta perante as ameaças à democracia na actualidade e mencionou o nome de alguns dos resistentes à ditadura.

Após a inauguração do memorial, foi apresentado em ante-estreia o documentário histórico “25+25. Mafra na Revolução”, que desmonta o período revolucionário no seu todo, desde o planeamento até ao desfecho do PREC, em 25 de Novembro de 1975.

Este documentário, uma iniciativa da CMM com apoio da Escola das Armas, teve a produção do grupo TEMA – Teatro Mafra, com realização de Lourenço Henriques, o “homem dos sete instrumentos”, figura da cultura mafrense, que se desdobra em diversos planos da cultura.

Como disse o presidente Marcelo, “Preferimos sempre a democracia, mesmo que imperfeita, à ditadura”.

Texto e fotografias de Carlos Sousa/ KPhoto