Geral Opinião

Considerações a propósito das últimas e inaceitáveis posições Lula de Silva em relação à guerra

Foto: Público

Como português, europeísta por convicção e aliado da NATO desde a sua génese, e como cidadão defensor do Estado de Direito e da Democracia Liberal, não posso concordar com as posições defendidas pelo Presidente Lula da Silva relativamente à guerra na Ucrânia pelo facto desta ter sido à luz da Carta da ONU e do Direito Internacional ilegal, o que justifica que a Ucrânia se deva defender e procurar aliados, numa guerra que ao início tinha uma desproporção de potencial de combate, em termos absolutos, gigantesca.

Dito isto considero que a China vai ter de desempenhar inexoravelmente um papel-chave na mediação da guerra na Ucrânia, uma posição coincidente com a da França de Macron, que considera que os ucranianos têm direito a defender-se e a procurar aliados, para que seja justa a guerra que estão a travar.

Fui apoiante de Lula contra Bolsonaro, embora qualquer dos dois fossem péssimos candidatos ao cargo presidencial, por me parecer na altura ser o candidato menos mau, no entanto, considero que há no século em que vivemos uma estranha e extremada bipolarização que está a destruir a Democracia Liberal um pouco por todo o mundo dito livre de que são exemplo, os EUA, a França, e a Itália.

Temo que esta febre da bipolarização extremada se venha a alastrar a Portugal, pois os partidos partidários de sistemas autocráticos e defensores dos extremismos, nacionalismos e populismos, quer sejam da direita ou da esquerda, estão a subir nas sondagens.

O que acabei de referir, pessoalmente é algo que tento combater há anos por todos os meios, no entanto temo perder esta luta maniqueísta, em que ambos se arrogam no direito de se considerarem moralmente defensores do bem contra o mal.

Continuo a acreditar nos conceitos filosóficos Aristotélicos, em que o caminho do meio em relação aos extremismos era o caminho da virtude e portanto o caminho certo.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma