Geral Opinião

Chamem os bois pelos nomes

O novo léxico português é muito criativo e, para além de tentar ser politicamente correto nalguns casos, noutros joga-se com os prefixos in, para não formular a palavra correta tentando mitigar a crueza da palavra correta, sempre na tentativa de ludibriar o recetor da comunicação, e noutros ainda se inventam novas formas de denominar profissões e estações do ano.

No primeiro caso, podemos referir todos os novos substantivos utilizados para falar das questões de sexo, que passaram a ser de género para alargar o espetro de pessoas na nova palavra contidos, estando inclusive a pensar criar-se um género neutro, todos, todas e todes, para não ferir ninguém.

Estão no segundo grupo de palavras substantivos como inverdades, para não falarmos de mentiras, pois os políticos normalmente não mentem, para além doutras do género que só mostram a grande criatividade no uso da nossa língua.

No último caso, a denominação geral de assistentes operacionais para uma panóplia grande de funções, pretende mitigar o ónus depreciativo com que se olhavam algumas delas, como são o caso dos contínuos, dos varredores de lixo e doutras inúmeras profissões.

Por último, ao Inverno e Verão, passou a chamar-se vagas de frio e de calor, e a colorir a sua severidade com cores que de nada servem, a não ser para colocar legendas coloridas as cartas meteorológicas tornando-as menos herméticas ao pessoal que as vê nos diferentes órgãos de comunicação social.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma