A Europa tem estado em paz desde a II Guerra Mundial devido à NATO e à União Europeia.
Com a saída do Reino Unido da União Europeia e enquanto se estão, ainda, a proceder a reuniões diplomáticas ao mais alto nível, para se conseguir, “in extremis” um acordo comercial entre ambas as partes, em que um dos pontos em desacordo está relacionado com o acesso dos pescadores franceses às zonas económicas exclusivas de pesca britânicas.
Surpreendentemente, enquanto decorriam as supracitadas conversações, tivemos a notícia que, pela primeira vez em dezenas de anos, este fim de semana tinha ocorrido um ressurgir do rufar dos tambores de guerra na região, tendo o Reino Unido como forma de pressão sobre as conversações e manifestação de soberania, enviado a sua armada para o canal que, divide a França da Inglaterra, facto que não augura um bom presságio para o futuro das relações entre o Reino Unido e a União Europeia, nem para a coexistência pacífica europeia.
Não sei, nem ninguém sabe, o que vai acontecer até ao fim do ano com o Brexit, ou seja, se vai haver uma saída do Reino Unido da União Europeia, com ou sem acordo comercial.
A saída com acordo comercial é, em minha opinião, importante que ainda se consiga concretizar, pois não faz sentido não o conseguir, uma vez que a UE tem acordos comerciais com vários países ocidentais, benéficos para ambos os lados.
Com a grande comunidade do Reino Unido que vive em Portugal, e portuguesa que vive no Reino Unido, seria importante para Portugal que, ainda se conseguisse estabelecer esse acordo, antes do dia 1 de Janeiro, data – limite para terminar o período de transição estabelecido para o Brexit.
A UE e o Reino Unido, podem estar separados, mas não são separáveis.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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