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As tréguas servem os propósitos dos dois lados

Foto: Sic Noticias

Toda ou quase toda a comunidade internacional parece querer a paz em Gaza, ou seja, que esta trégua se transforme num cessar fogo permanente, e a maioria quer convencer Israel a acatar este desejo.

Espero que o governo de Israel ceda a estes pedidos e não execute o plano da segunda fase de operações terrestres, no sul do rio Gaza, que se for efetuado de forma semelhante à efetuada no Norte, conforme anunciou o Ministro da Defesa de Israel, provocará uma catástrofe humanitária maior que a da primeira fase, uma vez que a maioria da povoação de Gaza se concentrou no sul para onde foi mandada.

Israel neste período de tréguas deverá estar a substituir no todo ou em parte as suas unidades combatentes, com outras unidades, para assim permitir que as unidades mais usadas possam usufruir de descanso.

O Hamas por sua vez estará, também, a reorganizar-se, a efetuar algumas obras de engenharia nos túneis que tenham sido atingidos, por forma a restabelecer a ligação destes, por forma a permitir que os seus combatentes consigam manobrar no seu interior, para fazerem frente a um, ainda eventual, novo ataque terrestre israelita.

Soubemos hoje, que o Hamas tinha conseguido, via “Cyber atacks”, impedir que as redes de emergência no território de Israel funcionassem, algo que demonstra grande capacidade tecnológica por parte deste grupo terrorista.

A nível operacional e tático o Hamas, neste período de tréguas, o Hamas, deverá estar também a difundir os conhecimentos que granjeou na primeira fase, sobre o inimigo e suas vulnerabilidades, com especial ênfase na componente de guerra eletrónica, parte importante da Cyber War, para dela tirar melhor partido e poder ser ainda mais eficaz empastelando os sistemas de armas e comunicações das IDF.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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