Arte & Cultura

AO FALARMOS DE JORNAIS A FECHAREM…

Levantar polémica

É importante falar do Correio da Manhã  que é um jornal generalista diário português, líder de mercado em Portugal, com mais de 110 mil exemplares vendidos por dia. O Correio da Manhã” foi fundado em 1979 e adquirido pela Cofina em 2000 e fundado por Victor Direito  Iniciou a sua publicação em 19 de Março de 1979.

O signatário trabalhou com Victor Direito e foi convidado para ser sócio fundador deste jornal. Não aceitou por razões que vinham já detrás quando fundou também com Victor Direito o jornal O VOLANTE. Foi uma atitude no sentido financeiro, provavelmente uma má decisão. Todavia, não será razão para que não se possa afirmar que hoje o Correio da Manhã efectua um trabalho extremamente difícil, mas bem feito, no aspecto da redacção. Conciso, com palavras contadas, resumos desse mesmo texto, etc. Digam o que disserem é um trabalho de excelência, no aspecto de redacção, conquistando o leitor que não tem tempo, e quer saber tudo rapidamente.

O teor dos títulos, da selecção dos conteúdos, dos textos, etc, já é outra conversa. Seria a mesma conversa sobre o “jornal i” que vai acabar, com uma altissima qualidade, antítese do Correio da Manhã com textos longos de várias páginas, espaços em branco, ilustrações, fotos de página inteira, etc.

Um titulo que deu que falar nos últimos dias – para nós correctissimo, preenche todas as regras para chamar a atenção, sem ofender ninguém, salvo os que nada fazem e arranjam sempre tempo para criticar.

Colocamos a cabeça no tronco, para vir o machado do Carrasco. Que neste caso será o leitor, que júri destas situações tomará a decisão livre seja ela qual for , não deixando se assim o entender concordar ou não, com a nossa maneira de ver e de perto “estas coisas de jornais”.

O título ofensivo para muitos; “ Costa escolhe para o governo Cega, negra e cigano” é defendido pelo director do jornal Octávio Ribeiro

“Cega, negra e cigano

O pior cego é o que não quer ler. 28.11.2015 00:30

O pior cego é o que não quer ler. Vai uma enorme polémica e uma ainda maior onda de indignação nas redes sociais por o CM ter dito que uma cega é cega e que um cigano é cigano. Sofia Antunes, que acima vemos, na sua imensa dignidade, a assinar a tomada de posse, é cega de nascença. Um exemplo de tenacidade inteligente que Costa, e muito bem, levou para o Governo. De si mesma sempre disse Sofia ser cega. O que haveria de dizer? Enfrentou a sua condição e traçou um trajeto académico e social exemplar. Carlos Miguel é um de muitos exemplos de perfeita integração da etnia cigana. Sempre assumiu ser cigano, tem orgulho nas suas raízes. Resolveu o CM eleger estes dois casos inéditos na formação de um Governo em Portugal como principal foco do seu trabalho no dia da tomada de posse. O CM disse que uma cega é cega e que um cigano é cigano. Sem curar de ler o enquadramento da notícia, positivo e exemplar, logo uma horda virtual partiu à desfilada para montar um auto de fé. De uma cega não se pode dizer que é cega, nem de um cigano ser cigano. Mesmo que ambas as pessoas encontrem nessas suas condições um acrescido orgulho pelos seus trajetos.

É estranha esta multidão virtual que, apesar da individualidade a que apela o ato da escrita, alinha na manada do elogio ou da crítica e assim assusta ou ufana os seus alvos. Nós, no CM, não nos deixamos toldar pelos elogios, nem tolher pelas críticas. Continuaremos a dizer do pão que é pão, e do queijo, queijo. Sofia Antunes é cega, e conseguiu uma carreira que a torna exemplar. Carlos Miguel é cigano, estudou, integrou-se, sempre se fez respeitar pela simpatia e competência.

A multidão sem neurónios que, nas redes sociais se comporta, qual matilha, ora latindo, ora rosnando, ora mordendo, é uma cáfila que lamentamos, mas não tememos. Aos cegos e aos ciganos portugueses a nossa saudação fraterna neste tempo em que, pela primeira vez, se encontram representados no Governo. E se juntam à ministra Van Dunem, que é a primeira mulher negra num Governo português. Ou não é negra? Ou não será mulher? “

Texto de H.M.