Há uns anos atrás, quando ainda era um adolescente, vi um filme de ficção na televisão, ainda a quatro canais, sobre a candidatura dum cidadão a umas eleições presidenciais americanas, em que o diretor de marketing da campanha eleitoral, dum dos dois finalistas, da mesma, referia que para se ganharem quaisquer eleições, o candidato tinha que ser vendável, como qualquer sabonete.
Nunca me esqueci destas palavras e da regra dos 5 P’s do marketing, “Product, Placement, Promotion, Price, People”, que são a “Bíblia” de qualquer profissional do marketing e da comunicação.
Esta regra de marketing pode pelos motivos elencados, ser muito útil como uma das ferramentas disponíveis para analisar as comunicações de qualquer político, em campanha ou já eleito para a governança a que se propôs ou que já está a liderar.
O Primeiro-Ministro António Costa, um político experiente, nas entrevistas televisionadas que recentemente deu, falhou completamente na primeira, quando a tónica da mesma, por si escolhida ou pela sua agência de comunicação, se centrou na mensagem errada e prepotente do habituem-se, porque por termos ganho as eleições com maioria absoluta, vamos usá-la doa a quem doer, tendo na segunda entrevista dada esta semana e após ter mudado de agência de comunicação, emendado a mão e centrado a sua mensagem, nas antípodas da primeira, ou seja, apelando à compreensão, e implicitamente ao perdão.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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