A Netflix produziu uma série de quatro episódios, muito interessante, denominada por “Adolescência”, que além de estar tecnicamente muito bem realizada, pois todos os episódios foram filmados sem “takes”, com a câmara a filmar continuamente, algo inédito no mundo da realização que exige extrema coordenação, mostra-nos os problemas da adolescência na atualidade.
Para além do crime de homicídio que um jovem adolescente comete sobre uma colega, que é cometido no início da série, todo o drama se passa numa comunidade e num liceu, nos subúrbios de uma grande cidade, da classe média baixa britânica, em que os adolescentes depois das aulas, já de si muito deficientes em qualidade da educação, muito pouco apelativas para adolescentes da era digital, e em que os docentes são incompetentes para formar civicamente os seus educandos, por estarem completamente desmotivados, são entregues a si próprios.
A principal causa dos adolescentes ficarem entregues a si próprios após as aulas é identificada, pela incompatibilidade dos horários de trabalho dos seus progenitores com a dos seus descendentes, que na sua ausência se refugiam nas plataformas digitais, onde o “bullying” existente no liceu em causa, é continuado e amplificado, nas redes sociais, onde estes vivem no seu perigoso universo paralelo, o universo das redes sociais, muito em especial o Instagram, onde nos comentário que estes fazem às imagens e vídeos nela publicadas, normalmente o fazem numa língua visual, formada por emojis, que tal como os hieróglifos egípcios, formam frases, que só os adolescentes da era digita dominam, e que as outras gerações, incluindo a polícia desconhecem. totalmente.
Todos os factos supra conjugados são espelho do flagelo social em que os adolescentes suburbanos Britânicos vivem , cheio de tensões, causadoras de graves confkitos na adolescėncia, e que se prolongarão indelevelmente no futuro.
A série, em causa, sendo a mais vista atualmente na Netflix, gerou um impacto de tal forma relevante no Reino Unido, que levou a que o Parlamento Britânico, sobre os os problemas nela levantados, lhe tivesse dedicado uma jornada parlamentar, e possivelmente a que venha a redigir novas normas, para resolver o grave problema educacional e de formação dos jovens britânicos.
Ao ver com curiosidade a série, pareceu-me que estes problemas da adolescência suburbana, são extensíveis à sociedade portuguesa atual, e que em virtude de estarmos em campanha eleitoral, gostaria de saber a opinião dos nossos líderes partidários, sobre a educação e formação cívica dos nossos adolescentes na era digital, bem como as suas propostas de solução.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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