Quando estudamos estratégia, todos os seus manuais referem-se com alguma acuidade aos conceitos de potencial relativo de combate e do potencial absoluto de combate, pois este é sempre diferente do potencial absoluto.
Ou potencial de combate em termos absolutos, conta as forças em presença sem as analisar quanto à sua qualidade, ou seja, sem analisar o seu treino, a sua experiência de combate e o tipo de armamento e tecnologia que dispõem, ou seja, fazem uma análise meramente quantitativa, do potencial em presença numa guerra, facto que pouco ou nada nos diz.
Acrescemos a esta análise sempre um outro fator, nem sempre palpável, que é a vontade de combater, a resiliência, a moral, havendo alguns autores que consideram que este tem que ser adicionado, enquanto que outros que tem que ser multiplicado, ou seja, um grande potencial de combate e uma nula vontade de combater pouco vale ou nada vale de “per si”, e o seu contrário, pode multiplicá-lo muito.
Estamos atualmente a observar “in loco”. com a guerra na Ucrânia que esta vontade de combater è um fator multiplicador do potencial de combate ucraniano, sendo o inverso também verdadeiro.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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