Opinião

A utilidade em manter o Ministro Cabrita no Governo

O facto de andarmos distraídos com as peripécias do Ministro da Administração Interna, desvia-nos o foco da atenção das coisas importantes que se passam no burgo, razão pela qual António Costa não afasta o Ministro em questão.

A mais importante de todas tem a ver com o desemprego jovem que disparou, o que obriga os jovens, especialmente os mais qualificados, a continuar a emigrar, porque cá para além de não terem emprego, o existente é mal pago e pouco atrativo, pois o melhor salário que arranjam é muito ligeiramente superior ao ordenado mínimo.

Pode parecer estranho a elevada percentagem desemprego jovem em Portugal, porque sabemos existir uma tremenda falta de mão de obra não qualificada generalizada por todo o país, nomeadamente na área da agricultura, apesar dos migrantes estrangeiros que por cá trabalham clandestinamente a troco dum miserável e ilegal soldo, porque nenhum português no século XXI quer trabalhar por um ordenado de miséria, abaixo do ordenado mínimo, facto que além de ser ilegal, não dá para subsistir em condições mínimas neste país.

Não vale a pena culpar o RSI, porque o problema não se resolveria com esses cerca de 200 000 trabalhadores nacionais que o recebem, pois na sua maioria são idosos e já incapazes de realizar o trabalho sazonal agrícola que é necessário.

Tudo isto agrava o nosso problema demográfico, pois os portugueses jovens que não emigram ou só querem ter um filho, ou mesmo não querem ter nenhum, por não terem condições para os educar, facto que agravado pela população em idade fértil que emigra, nos arrastará indelevelmente à extinção como nação.

Este quadro que tracei exige um governo capaz e reformista, que não conduza o país para o seu extermínio, mas que tudo faça para inverter a atual situação, pois no estado em que nos encontramos atualmente, não podemos continuar, sem reformas e sem políticas públicas adequadas, que invertam a situação demográfica.

Com a atual política da avestruz, caminharemos alegremente para o extermínio como povo e como nação, restando-nos abrir as portas a todos os migrantes, sem exceção que por cá queiram porventura trabalhar.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva