Em tempo de Natal, parece-me importante recordarmos os imigrantes que vieram para Portugal trabalhar na agricultura intensiva, vivendo em condições precárias de habitabilidade, com contratos de trabalho, os que os têm, precários, trabalhando em condições de escravatura autêntica.
Conheço estes homens que a tudo se sujeitam para viver, no Iraque estavam nos locais de acesso à zona verde fazendo segurança, ou seja, nos locais mais perigosos de todos, recebendo ordenamos miseráveis, por trabalhos duros e perigosos que ninguém queria fazer, mas que para eles, vindos do México, do Paquistão ou da Índia, eram excelentes ordenados, que enviavam todo para casa, para alimentar as famílias numerosas que tinham. Viviam felizes por saberem que os seus estavam bem, não se queixavam e estavam sempre de rasgado sorriso na cara, apesar de tudo.
Estes pobres homens, que a tudo se sujeitam para alimentar a longínqua família, não podem, sobre nenhum pretexto, ser torturados, por nenhuma autoridade policial em Portugal. O que se passou com sete elementos da GNR, em Odemira, foi e é completamente inaceitável num estado democrático e de direito, devendo merecer uma profunda condenação pública.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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