O filósofo e pensador Rousseau foi um dos pensadores e impulsionadores da Revolução Francesa que, teorizou sobre a liberdade de escolher, como algo que é próprio da condição humana, não se aplicando a qualquer outra espécie existente na natureza.
Ao homem é, pois dada a liberdade de escolher entre o bom e o mau, uma escolha fácil, entre duas coisas boas, uma escolha mais difícil, entre duas más, enfim uma infinidade de opções, de decisões que, este vai ter de tomar ao longo da vida, nem sempre fáceis, tendo para isso necessidade de ter de as comparar de acordo com padrões mais ou menos subjetivos que estabelece, para depois as analisar e poder decidir em consciência, ou seja, como diz o provérbio, quem boa cama fizer nela se deita.
A liberdade de escolher é pois algo importante no dia-a-dia do Homem, e é a base dos sistemas democráticos pluripartidários.
Vem esta introdução a propósito da tentativa de pela via judiciária de ilegalizar o Partido Chega, iniciada por Ana Gomes no final de Fevereiro, tendo para o efeito efetuado uma queixa na Procuradoria Geral da República, e contatado a EUROPOL, para que esta polícia investigue
alegadas ligações do partido à criminalidade europeia, perpetuada por movimentos europeus congéneres de extrema-direita.
O partido CHEGA que, embora não seja do meu agrado, como escrevi em várias crónicas anteriores, pela radicalização do seu discurso e pela ideologia de extrema-direita de que é paladino, é um partido que foi legalizado pelo Tribunal Constitucional e que tem alguma
expressão, embora ainda marginal no eleitorado português, tendo inclusive nas últimas eleições legislativas, elegido um deputado à Assembleia da República, razões pelas quais, em minha opinião, não deve ser ilegalizado, pois as ideias e ideologias, combatem-se com ideias e ideologias e não com tentativas de ilegalizações próprias de regimes autocráticos.
A base da democracia representativa e pluripartidária é a liberdade de escolha.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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