Geral Opinião

A subjetividade dos objetivos declarados dos EUA e da NATO na guerra da Ucrânia

No final da reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, realizada este fim de semana em Bruxelas, na sede da organização, finalmente o embaixador João Cravinho explicou o que significava para os aliados ganhar a guerra na Ucrânia, algo que para mim não estava claro, pois só conhecia o objetivo declarado pelo Secretário da Defesa Norte Americano, explicitando que os EUA com esta guerra longa, pretendiam desgastar o mais possível a Rússia.

João Cravinho, elucidou os jornalistas que ganhar a guerra do ponto de vista da NATO, significava que qualquer eventual conquista territorial russa, tivesse tido tanta resistência e tanta atrição, que por esses factos tivesse provocado um número tão elevado de perdas, que os russos teriam de, pensar se os eventuais ganhos territoriais, compensariam esse enorme desgaste.

Esta definição de ganhar a guerra é normalmente usada antes de eventuais guerras ou eventuais evasões a um determinado território numa guerra convencional, fazendo parte da estratégia de dissuasão dos estados, algo muito caro ao saídos General Loureiro dos Santos, que teve como implicação, que todos os quadros do Exército fossem tirar o Curso de Operações Irregulares a Lamego, para estarem habilitados a passar à comandar e instruir cidadãos nacionais, a passarem à guerrilha em caso de invasão, facto que aliado à existência de um número elevado de portugueses habilitados em mexer em armas, devido à existência de conscrição, e de um elevado número de caçadores, faria um qualquer eventual inimigo vacilar caso tivesse a pretensão de nos invadir, sabendo que o número de perdas poderia ser inaceitável.

O objetivo da NATO é de tal forma subjetivo que, com a sua formulação, caso a guerra terminasse hoje, já o poderia considerar atingido, dado o número de perdas tidas pelas forças russas, só tendo conquistado um fatia de território no Dombass, aproximadamente de 20% da sua área total.

O o bjetivo da NATO é tão subjetivo e difuso, como o objetivo dos EUA, como convém para nunca se perder a face, e poder-se declarar sempre a vitória.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma