Opinião

A ressaca do Dia do Trabalhador

Na ressaca do Dia do Trabalhador, mais uma vez os Sindicatos de ambas as centrais sindicais, exigiram um aumento do salário mínimo.

Parece já haver, um entendimento geral, um quase consenso, relativo à necessidade deste aumento salarial, que segundo alguns estudos tem vindo a ser muito depreciado relativamente à data da sua introdução.

Em minha opinião, vai ser necessário a curto-prazo, também se rever em alta toda a política nacional salarial e não só os ordenados mínimos, sobre risco de não haver distinção entre o salário mínimo e o médio, facto que não estimula ninguém a querer adquirir formação superior, obrigando os mais qualificados a emigrar em busca de melhores condições de vida que cada vez é mais difícil de almejar em Portugal, devido aos baixos salários e à insuportável
carga de impostos e taxas que temos de suportar.

O aumento exacerbado da coleta de impostos diretos e indiretos, de descontos para a Segurança Social, TSU, de taxas, de derramas, enfim, de contribuições de diversas origens obrigatórias, todas somadas em Portugal, ultrapassam percentualmente as contribuições obrigatórias que os países nórdicos, que têm a fama de ser os que mais as arrecadam, mas que pelos vistos não têm o proveito.

Os países nórdicos sociais-democratas, ao contrário de Portugal, com as verbas das contribuições obrigatórias, como suprarreferi, menores percentualmente que as nossas, redistribuem a riqueza e prestam todos os serviços e de excelência aos seus cidadãos, completamente gratuitos.

É vergonhoso e inaceitável que em Portugal atualmente se continue, devido à cobrança cega de impostos, a morrer de frio por se cobrarem impostos, completamente desajustados aos rendimentos da maioria da população, sobre a energia elétrica de cerca de 50 por cento do seu valor total e sobre o gás propano e butano de cerca de trinta por cento.

Em conclusão, é imperioso repensar quer a política salarial, quer a coleta inaceitável de verbas aos contribuintes, para que possamos viver condignamente em Portugal.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva