O Presidente Francês Macron, durante o primeiro semestre do corrente ano, lançou a ideia de se alargar a União Europeia a outros países europeus que comungassem na generalidade os valores europeus da democracia liberal, do respeito pelos direitos humanos, pelo Estado de Direito, sem que estes a integrassem formalmente como União Política, iniciativa que se concretizou na semana passada com a criação da Comunidade Política Europeia, em Praga.
Integram a Comunidade Política Europeia, quarenta e quatro países europeus, devendo esta reunir-se duas vezes por ano, uma num dos países da UE que esteja a presidir na altura da mesma à União, que se exerce de forma rotativa e outra num país terceiro.
Esta nova comunidade poderá ser importante para se poderem tratar assuntos relativos à defesa europeia e sua relação com a NATO, à crise energética e ambiental, bem como a alargar o mercado comum, sem que se alargue o núcleo duro da União Política constituído atualmente pelos atuais 27 estados-membros.
O Reino Unido, a Turquia, alguns estados do Cáucaso, e os Estados dos Balcãs, entre outros que integravam a ex URSS, integram esta nova comunidade, que constitui uma resposta estratégica concertada destes quarenta e quatro países à invasão da Ucrânia pela Rússia.
O alargamento eventual do mercado comum, poderá ser fundamental, no futuro próximo para que a Europa consiga que a sua economia se desenvolva duma forma sustentada, pois alargará o universo de consumidores.
A articulação destes países em termos de defesa, e a sua relação com a NATO, poderá ser importante, para haver uma melhor articulação da Europa como um todo, com a nova organização que inclui vários países que não pertencem nem à NATO nem à UE, bem como fortalecer a Europa, pois países como o Reino Unido e a Turquia, são importantes nesse domínio, principalmente após o BREXIT, e após a perda de importância da União da Europa Ocidental que integrava a Turquia.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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